O filósofo Mario Sergio Cortella tem uma fala que poderia ser mantra no trabalho: “Faça o seu melhor, nas condições que você tem, enquanto não tiver condições melhores para fazer melhor ainda”. O ensinamento dá um gás para não sermos o aluno da nota média. Buscar o melhor de si hoje para chegar amanhã melhor ainda. Mas, e quando você já está entregando o seu melhor e querem tirar você deste lugar? O que há de errado em querer permanecer onde está bom? É ruim estar confortável? Para sermos profissionais eficientes temos que, necessariamente, subir na função, no cargo?

Conheço quem esteja passando por uma situação delicada no trabalho simplesmente por amar o seu trabalho. Veja o contrassenso! Ela está na função que desejou, fazendo exatamente o que sabe fazer, reconhecida por todos e, principalmente, pelo chefe que adora. Sim, isto mesmo: ela adora o chefe!! Então, qual é o problema?

O problema é que ficou convencionado que estar satisfeito no trabalho é estar na zona de conforto e que você tem que querer salário mais alto, cargo mais alto, maior responsabilidade, mesmo que não seja isso que você queira de verdade.

É certo que existem os que têm medo de mudar quando estão insatisfeitos. Neste caso, a zona de conforto é prejudicial, mas não é o caso desta profissional feliz. Ela está sofrendo por estar bem onde está! Todos os dias recebe pressão do chefe superior ao dela para migrar de área e assumir maiores riscos na carreira. “Você tem grande potencial para estar escondida assim. Você deve voar!”, provocou o chefão, crente que estava motivando a mulher. Mas o efeito foi o contrário. Desde então, ela tem medo de entrar nas reuniões e ser novamente pressionada a deixar de lado suas rotinas, suas entregas, sua vida.

Por que isso, gente? Todos têm que querer ser chefe? Isso é evoluir na carreira?

Não seria mais inteligente aumentar o salário dela (condições melhores) para que ela fizesse melhor ainda o que já faz de forma brilhante? Diz aí, Cortella!