Um vídeo nas redes sociais traz uma situação surreal. O noivo esperou até a hora do “sim” para desmascarar a noiva e revelar a infidelidade dela para todos os convidados, por meio de um telão na igreja.
Desconfiado da traição, ele havia instalado câmeras de segurança no quarto da noiva que caiu na armadilha. As câmeras gravaram a mulher fazendo sexo com o cunhado (a postagem não deixou claro de quem era o unhado, mas isso pouco importa agora).
E o extraordinário da história não é a infidelidade amorosa, nossa velha conhecida desde a criação do humano com seus hormônios explosivos e sua mente descontrolada. O curioso foi a forma como o noivo escolheu para comer friamente sua vingança.
Até pouco tempo atrás, o homem queria mais era esconder a traição. Chamá-lo de “corno” era uma ofensa tão grave quanto xingar a mãe.
O que aconteceu com o amor próprio, a ponto de hoje gravarem a traição e exibirem para o mundo? Quem não lembra daquele caso em que o marido gravou o flagra da esposa com o melhor amigo no motel?
A espetacularização está em tal patamar que a “honra” foi rebaixada pelas curtidas nas redes sociais. Não basta ser traído, tem que gerar likes.
Ele gravou a apresentação do telão na igreja e jogou nas redes. Nos comentários, os leões famintos rugiram do jeito que mais gostam: incitando a violência, pois “uma mulher que faz isso deve apanhar”.
Penso que hoje é mais tranquilo passar na prova do Enem do que pela pergunta do sacerdote na hora do “sim” do casamento católico: “Se alguém tiver algo contra esta união que fale agora”. Texto defasado. Deve ser alterado para “Se alguém tiver algo contra esta união, que abra sua nuvem agora ou exclua o vídeo para sempre”.
Por precaução, aos que andam aprontando no namoro e noivado, é melhor abrir mão do casamento tradicional. Proponham aos parceiros apenas juntarem seus celulares sob o mesmo teto e serem felizes para sempre, sem festa e nem plateia. Porque do jeito que tudo virou espetáculo, muito em breve estarão distribuindo óculos 3D na entrada da igreja para os convidados assistirem à infidelidade aumentada.