O médico prescreve cirurgia para troca de válvula no coração, mas a rotina da vida atropela o médico e eleva ao primeiro lugar o sustento da casa, a educação dos filhos, o relacionamento matrimonial.
Dez anos depois, o alarme soa mais alto. Internação para avaliação médica. Coração está falhando. É preciso a cirurgia o mais rápido possível.
Talvez não seja tão urgente assim. Se podemos realizar as atividades rotineiras, não é tão grave assim.
Segue o barco.
É possível esperar mais um pouco, afinal temos os boletos a pagar, os filhos, o marido.
O médico volta a acionar o alarme.
Não há mais tempo a perder.
É preciso marcar com urgência a cirurgia, que, enfim, foi agendada.
Finalmente, a válvula será trocada e tudo estará bem em questão de dias.
Não foi assim.
O tempo não perdoou.
Há dez anos o corpo poderia ter reagido de outra maneira, talvez. Ou não.
Quem vai saber?
O que sabemos é que o tempo não volta atrás. Em nada, em nenhuma circunstância. O tempo é o bem mais valioso que temos na nossa vida. Se estivermos atentos ao que ele diz agora, ele nos presenteia de volta. Se negligenciado, se desperdiçado, ele não volta. Ele vai. E pode levar uma pessoa maravilhosa com ele. Para sempre.
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